Pergunta 57- Quais são os benefícios que Cristo adquiriu pela sua mediação?
Depois do pecado de Adão e Eva, tornou-se necessário Deus providenciar um substituto para o homem, visto que ninguém foi capaz de cumprir as exigências da lei. Este substituto é Cristo. Como substituto na salvação, Cristo cumpriu todos os requisitos da Aliança em nosso lugar, desde sua humilhação, obediência à lei, e abandono por parte do Pai, recebendo sobre si a punição que nós merecíamos. Com esta obra realizada na cruz, Cristo se tornou o único mediador entre Deus e o homem (1Tm. 2. 1-8).
A Mediação de Cristo trouxe-nos, portanto, como bênção consequente a redenção, como fica evidente na resposta do Catecismo Maior de Westminster: “Cristo, pela sua mediação, trouxe redenção”. Esta foi a primeira bênção que Cristo conquistou na cruz, a nossa redenção.
Redenção é o processo de libertação de um escravo, que se dava, na antiguidade, através da compra de um escravo, ou através do findar do período do pagamento da dívida do escravo, ou através de uma libertação resultante de uma guerra. Nesse sentido, Cristo nos redimiu na cruz, pois na cruz ele nos libertou do pecado.
Jesus deixou claro que quem peca é escravo do pecado. O ser humano peca, portanto, ele é escravo do pecado. Sendo escravos do pecado, todos nós carecemos de um redentor. Cristo então nos redimiu, nos libertando de da culpa e da corrupção do pecado. Nos libertou da culpa pagando nossa dívida, e nos liberta da corrupção de maneira progressiva, através da transformação de nosso caráter, por meio da Palavra e da ação do Espírito.
Esta libertação foi prefigurada no Antigo Testamento através de dois eventos. Um deles foi a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, onde Deus derrotou todos os deuses do Egito, incluindo o descendente primogênito do então considerado deus Faraó. Em seguida Deus ensinou novamente a redenção quando ordenou que o povo confiasse no sangue do cordeiro na Páscoa. Isso tudo se cumpriu na cruz de Cristo.
Devemos entender, no entanto, que Cristo nos libertou da escravidão do pecado para nos tornar escravos da justiça, escravos de Deus (Romanos 6). Somos escravos de Deus, o que fica evidenciado quando recebemos como nosso Senhor, Adonai (senhor de escravos). E se somos escravos de Deus, devemo-lhe submissão passiva (aceitando as decisões e eventos oriundos de Deus) e submissão ativa (obedecendo os seus mandamentos). Que a redenção de Cristo conquistada na cruz sirva-nos de motivação para uma subserviência grata e amorosa.
A Deus seja a glória!