AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
A realidade mais estarrecedora na vida cristã é a presença do pecado. O combate renhido e diário contra ele, os seus efeitos, a sua devastação, a sua irracionalidade, a sua malignidade, enfim, são coisas que causam tristeza no cristão. Todavia, nada há de mais triste para o cristão do que pecar contra Deus. E por isso, para coibir a nossa própria prática do pecado é importante refletir sobre as suas consequências, baseando-se, hoje, na experiência de Davi no Salmo 38.
A primeira consequência do pecado é a culpa. A culpa do pecado oprimia Davi: “Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo” (v.6). A culpa do pecado gera em nosso coração ansiedade: “Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração” (v.8). Além disso, ela pode nos enfraquecer e extrair a nossa alegria: “Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo” (v.10). A culpa é um “fardo pesado” (v.4). A culpa tem o poder de enfraquecer a nossa fé, arrancar a nossa alegria e nos tornar desanimados porque todo pecado é contra o Senhor (v.3; cf. Sl 51.4). Diante da tentação do pecado, lembre-se do que você tem a perder: alegria, ânimo e firmeza na fé.
A segunda consequência do pecado é a disciplina. O pecado implica disciplina. Deus se indigna, como Pai, de nossos pecados (v.3). Ele os desperta em nossa consciência (v.2). O objetivo de Deus nos disciplinar é para que participemos da sua santidade (Hb 12.10). Sendo nós os seus filhos, temos, por isso, muitos privilégios como, por exemplo, o acesso à sua presença, bem como a certeza do seu amor e provisão diária. Todavia, ser filho de Deus implica deveres. E quando estes não são cumpridos, é para o nosso bem que a disciplina de Deus é exercida por ele, pois o Senhor corrige os seus filhos, os quais ama (Hb 12.6).
A terceira consequência do pecado é a morte. Davi suplica pela salvação de Deus (v.22). Como a culpa do pecado judicial foi resolvida? Pela morte do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Cristo Jesus foi oferecido como sacrifício pelos nossos pecados, a fim de que a nossa culpa perante o Senhor, o Justo Juiz, fosse apagada. Lembre-se: foi a nossa morte que ele sofreu, pois ele não era culpado, porque nunca pecou. Use a morte de Cristo na cruz por você como motivação para não pecar contra Deus. Recorde-se do que o nosso pecado implicou para o Filho de Deus: sua morte.
“O que eu faço com a minha culpa, então?” Confesse o seu pecado a Deus (v.18). “Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor, a misericórdia o assistirá” (Sl 32.10). Confie na misericórdia de Deus, pois “o que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Essas são, portanto, meus irmãos, as consequências do pecado: a culpa, a disciplina e a morte. Deus nos abençoe!