Pergunta 109- Quais são os pecados proibidos no segundo mandamento?
“Os pecados proibidos no segundo mandamento são: estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar, de qualquer maneira, qualquer culto religioso não instituído por Deus; o fazer qualquer imagem de Deus, de todas e de quaisquer das três pessoas, quer interiormente no espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de criatura alguma; toda a adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela; o fazer qualquer imagem de deuses imaginários e todo o culto ou serviço a eles pertencentes; todas as invenções supersticiosas, corrompendo o culto de Deus, acrescentando ou tirando dele, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto; a simonia, o sacrilégio; toda a negligência, desprezo, impedimento e oposição ao culto e ordenanças que Deus instituiu” (CMW).
A única forma de um culto de adoração a Deus é determinado por Ele mesmo em sua Palavra. Sabendo-se que o Senhor é soberano e sua autoridade está acima de tudo e de todos, compreendemos que Ele saiba largamente a melhor maneira pela qual o povo que se chama pelo seu nome deva adorá-lo. (Dt 12.30-32)
Sendo assim, atualmente, é possível notar grande descaso por parte das diversas denominações evangélicas ao segundo mandamento, pois têm se afastado da doutrina bíblica e, por consequência, vive um antropocentrismo exacerbado: o homem é colocado como centro da igreja em um ritual que todos devam servi-lo; ademais, requerem que tudo o que existe e que foi concebido por Deus deva ser desenvolvido para a sua própria satisfação. Em outras palavras, a criatura reivindica glória para si e se coloca em lugar de seu criador.
Não obstante, podemos observar no Antigo Testamento que o povo de Deus, por muitas vezes, incorreu no mesmo erro – cultuava ao Deus de Israel de forma inadequada, introduzindo objetos de cultos pagãos e a adoração a outros deuses – mesmo sendo alertado de que, se quebrasse o mandamento, seria maldito e abominável perante o Senhor. (Dt 27.15).
No Novo Testamento vemos uma situação parecida. Paulo e Barnabé, receberam glórias do povo ao serem chamados de Mercúrio e Júpiter, pois Deus tinha operado sinais por meio deles.
Diferente de nossos dias, não aceitaram tais declarações, reconheceram que eram homens falhos e disseram ao povo que deveria se converter ao Deus vivo. (Atos 14.11-18)
Por fim, João Calvino, nas Institutas (livro II) diz que “neste mandamento declara ainda mais explicitamente agora de que natureza é, e com que modalidade de culto deve ser ele honrado, para que não ousemos atribuir-lhe algo sensório… ele nos dissuade e afasta totalmente das observâncias materiais insignificantes que nossa mente bronca, em razão de sua ignorância, costuma inventar quando concebe a Deus. E daí nos instrui em relação a seu legítimo culto, isto é, ao culto espiritual e estabelecido por ele mesmo. Assinala, ademais, o que é o mais grosseiro defeito nesta transgressão: a idolatria exterior.”
Portanto, tenhamos cuidado com o tipo de culto que dedicamos ao Senhor, pois mesmo hoje nós, protestantes, não estamos isentos de cair nos mesmos erros de Israel. Precisamos estar atentos para que possamos questionar se as atuais práticas eclesiásticas destoam (ou não) dos princípios bíblicos. Peçamos que o Senhor da seara nos guie conforme a sua Palavra e que o Espírito Santo ilumine os nossos pensamentos e atitudes para que na ocasião da volta de Jesus nos encontre fiéis à sua verdade.
Deus nos abençoe!