Pergunta 14- Como Deus Executa Seus Decretos?
A primeira resposta a esta pergunta do Catecismo é que “Deus executa seus decretos nas obras da criação”. Isto significa que Deus, desde a eternidade decretou criar o mundo, e tudo o que nele há. Ele decretou não só criar, mas também manter a criação. Isto implica em que antes de criar o mundo, Deus planejou e predeterminou como seria sua criação. Em seguida ele criou todas as coisas.
É claro que não devemos entender isto de forma cronológica, mas como uma ordem lógica, como etapas. Deus decretou não apenas criar o sol, por exemplo, mas mantê-lo através dos anos. É bem verdade que toda a criação está sujeita à vaidade, ou seja à inutilidade. É uma forma de Paulo nos ensinar que toda a criação está envelhecendo, degenerando-se por causa do pecado (Cf. Romanos 8).
Mas ainda assim, devemos entender que até mesmo este processo de degeneração da criação foi decretado por Deus, e o é realizado através de sua ação soberana e santa, permitindo um processo natural causado pelo pecado do homem.
Deus decreta seus planos também através “das obras da providência.” Obras da providência são as ações de Deus na história humana, não só no sentido macro, mas também no aspecto micro, ou seja, no dia a dia do ser humano. Deus decretou todas as coisas, tudo o que há de acontecer sobre a terra. E isto inclui cada detalhe, até mesmo o mal moral, o mal contingente, etc. No entanto, mesmo que Deus tenha planejado e decretado, estes eventos não aconteceriam sem a ação soberana de Deus. Então Deus os decretou e também age em todas as coisas, de forma providencial.
O Catecismo ainda nos diz que Deus assim o fez “segundo a sua presciência infalível e do conselho da sua vontade”. Isto significa que Deus conhece o futuro, ele sabe exatamente o que irá acontecer. Mas não é somente isto. Alias, é muito mais que isso. Deus não só conhece o futuro, mas ele criou o futuro, através de seu decreto eterno. Isto se deu através do conselho de sua vontade soberana. O mundo é como Deus decretou que seja. O mistério está no fato de que Deus fez isto sem tirar nossa responsabilidade, e sem tornar-se culpado de alguma coisa.
Trazendo para os nossos dias, especialmente para a realidade nossa igreja, sabemos que hoje temos eleição de oficiais. Deus não só já sabe quem irá ser eleito, mas ele decretou antes da fundação do mundo que irá ser eleito. Em última análise, o eleito pela igreja é na verdade eleito por Deus. Por isso, oremos pedindo orientação a Deus, e confiemos no resultado final, sabendo que tudo provém de Deus (2Co. 5. 18).
Que Deus nos abençoe.