A GLÓRIA DE DEUS NA SALVAÇÃO
Os reformadores ainda criticaram veementemente o ensino católico romano da salvação pelas obras. O ensino da salvação pelas obras traz como consequência glória ao homem por cooperar na sua salvação.
A Bíblia deixa claro que a salvação é um ato exclusivo de Deus, e que, por conseguinte, a glória deve ser somente de Deus, não do homem (Efésios 2. 8, 9). A salvação é de graça, é um dom de Deus, ela não vem de nós, para que ninguém se glorie, disse Paulo. Em outras palavras, a salvação é pela graça para que somente Deus seja glorificado.
Consoante a isto, o salmista Davi diz: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, dele vem a minha salvação”. Jonas 2.9 diz: “Ao Senhor pertence a salvação”. Um dos motivos porque a salvação não depende de nós é porque somos incapazes de obedecer à lei de Deus de forma perfeita para sermos salvos, e porque toda a nossa natureza está afetada pelo pecado.
Paulo enfrentou este problema porque muitos judeus convertidos pregavam que não bastava crer em Cristo como salvador, também era necessário circuncidar-se para que uma pessoa fosse salva. Paulo demonstra, especialmente em suas cartas aos efésios, romanos e gálatas que ele pregava a mensagem da cruz, uma mensagem que dava glória somente a Deus, por creditar a Deus somente a nossa salvação (Romanos 3. 28).
Infelizmente em nossos dias a situação da igreja cristã não está diferente. Em todos os meios cristãos, seja no pentecostalismo, no neo-pentecostalismo, até mesmo em igrejas históricas é perceptível a tendência dos cristãos a aderirem o ensino da salvação pelas obras.
O catolicismo crê institucionalmente que a salvação é pela fé em Cristo, conjuntamente à nossas “boas” obras. Nos arraiais evangélicos, onde deveria ser diferente (tendo em vista que os fundamentos do protestantismo são os “solas”) afirma-se verbalmente que a salvação é pela graça, mas vive-se como se fosse pelas obras. Percebe-se isto quando vemos crentes esforçando-se para ter uma vida de santidade, a fim de não ser surpreendido por Deus nalguma falta, trazendo sobre si a perca de sua salvação.Até mesmo no meio reformado isto é corrente.
Não é incomum vermos crentes no meio reformado afirmando: “Não basta crer, é preciso obedecer se quisermos ser salvos”. Além de este ensino ser anti bíblico, ele trás glória ao homem, e não a Deus, pois coloca o homem como autor da salvação, ou pelo menos coparticipante do processo salvífico.
Ousemos reafirmar que a salvação pertence a Deus, e, por conseguinte, a glória na salvação pertence e deve ser dada a ele tão somente! Devemos reconhecer “Soli Deo Gloria” na nossa salvação.
(Reverendo Leandro Santos)