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O método Bíblico da pregação fiel

Quando falamos em método, imediatamente vem à nossa mente técnicas e estratégias humanas. É natural que seja assim. Todavia, devemos entender que, no que diz respeito à pregação da Palavra de Deus, o modus operandi é diferente. A Bíblia é a Palavra de Deus, e por isso, deve ser pregada levando isto em consideração. É bem verdade que o fato de Deus ter usado autores humanos, dentro de um determinado contexto histórico e cultural, faz com que seja necessário utilizarmos típicas técnicas do conhecimento humano para a interpretação do texto bíblico, para que, evitemos o máximo possível de erros na pregação, e ao mesmo tempo, para que sejamos o mais fiel possível à ideia original do texto.

Devemos entender, no entanto, que a exegese é uma coisa e pregação fiel é outra, apesar desta última ser, teoricamente, resultado de uma boa exegese. A pregação fiel e eficaz é resultado da ação de duas pessoas, o pregador e o Espírito Santo.

O papel do pregador é escavar o texto, e manejar bem a Palavra, no sentido de examiná-la o máximo possível para encontrar o significado original do texto, transpô-lo para a contemporaneidade, e aplicá-lo à congregação através da exposição clara e o mais didática possível. Todavia, todo esse processo, sem a ação do poder do Espírito, resumir-se-á a uma palestra teológica, que, muitas vezes, é tão meramente humana, que até um não salvo poderia fazer este exame e a exposição do resultado deste exame textual.

Para que este esforço humano (exegese) seja eficaz, é necessária a ação do Espírito Santo na pregação da Palavra. É exatamente isto que o Catecismo Maior de Westminster nos diz, ecoando as palavras do Apóstolo Paulo. Vide: “Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas.” (CMW, 159).

Como pudemos ver na resposta do Catecismo, a pregação fiel da Palavra deve ser realizada através da ação do Espírito, em demonstração de poder. Esta pequena premissa, “demonstração de poder”, faz com que a eficácia da pregação escape à capacidade humana. A pregação eficaz não está em nossas mãos. Não é quando queremos, ou por força, ou por inteligência, ou ainda por acúmulo de conhecimento e títulos, não que essas questões sejam ruins. A eficácia da pregação depende inteiramente da ação do Espírito Santo em poder. O que demandará do pregador um espírito de profunda dependência de Deus, em oração, humildade e temor. São três elementos essenciais para uma boa pregação, oração, humildade e temor. Esta postura aliada a uma boa exegese fará com que a pregação seja de fato eficaz em seu propósito de transformar corações.

 

 

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